sábado, fevereiro 27, 2010

Sinto-me levando uma rasteira, pelas costas. Não uma facada, pois isto seria mais grave, irrecuperável talvez, mas uma rasteira permite que eu me levante e revide. Só que também existe um peso imensurável sobre meus ombros... um misto de medo e a certeza que a mesma Medicina à qual eu me dediquei pode aliviar este peso e colocar-me sobre meus pés novamente. Mas por enquanto estou deitado, ouvindo os sons a minha volta, vendo imagens que não compøem um significado...


Talvez eu já tenha escrito sobre esta idéia, mas sempre achei que escritores ou artistas em geral tiram suas inspirações, muitas vezes, dos “baixos” da vida (as vezes também dos altos). Pelo jeito, em breve vou ter bastante inspiração.


Dentro de mim, uma voz diz que não é a hora de desistir, que vamos vencer mais esta... mesmo assim, tudo isto é extremamente desagradável.


Quando peguei o avião para cá (São Paulo) há 2 dias atrás, eu mesmo reconheço que estava radiante com a idéia de pegar o resultado de meus exames que ver que não havia mais nada. Era uma certeza tão grande, uma idéia tão fixa, que o pensamento de um resultado negativo soava para mim como uma paródia, ficção. Eu, que gosto tanto de histórias de ficção, sinto-me em uma delas.


Mas como já falei, não é a hora de desistir. Eu gosto da vida, das pessoas, e das coisas que me divertem, por mais simples que sejam. Durante minha viagem, visitei lugares novos, comprei coisas que me agradavam sem pensar no preço, ri, conversei; exatamente com a certeza de que eu voltaria para casa erguendo uma taça de primeiro lugar. Mas é assim no esporte também, a estatística real, de um único jogo, é 50%: ou você ganha, ou perde.

Pretendo continuar assim, se possível assintomático, e com certeza curado.


São Paulo, 24 de fevereiro de 2010.

Aeroporto Internacional de Congonhas.